Democracia e solução de conflitos

Democracia e solução de conflitos (8)

Tudo o que acontece na vida social reflete-se na escola. É o caso do acirramento de conflitos envolvendo diferentes posições sobre a conjuntura política nacional. Como educadores, somos responsáveis por criar na escola um ambiente favorável à livre expressão de opiniões, análises e pontos de vista sobre os mais diversos temas, inclusive sobre política nacional.

Reunimos na Abepar (Associação Brasileira de Escolas Particulares) instituições de reconhecida qualidade, porém com valores e projetos pedagógicos singulares. Acima de eventuais diferenças, compartilhamos princípios e ideais comuns. Um deles é, certamente, a defesa da democracia, da livre manifestação de ideias e do respeito a quem pensa diferente de nós. 

Esta é talvez a maior virtude da democracia – a aceitação natural do dissenso. Se somos democráticos é porque aceitamos, por princípio, que somos diferentes. Daí a natural alternância de poder. Quem ocupa hoje o governo estará um dia na oposição e vice-versa.

Mais do que respeitar a liberdade, fazemos dela um valor que compartilhamos com nossos alunos e com nossas comunidades. E liberdade é, essencialmente, a liberdade de quem pensa diferente de nós. Por tudo isso, estimulamos desde sempre os nossos alunos a expressar com serenidade as suas ideias, pensamentos e análises, procurando em cada caso qualificá-las e embasá-las com argumentos sólidos, sem prejuízo do respeito às posições contrárias.

Queremos que não prospere entre eles a mera briga de torcidas. Não basta dizer sim ou não. É preciso buscar argumentos que justifiquem as diferentes análises sobre qualquer assunto. É assim que crescemos como seres humanos e como sociedade.

É preciso ter em mente ainda que as eventuais maiorias são fluídas no regime democrático. São formadas e desfeitas ao sabor de inúmeros fatores e circunstâncias. Mesmo quem hoje é maioria precisa limitar a sua atuação pelo estrito respeito às minorias. A soberania popular, sobre a qual se assenta a democracia representativa, deve ser exercida dentro de limites que precisam levar em conta o respeito às minorias. 

Estamos seguros de que haveremos de superar as animosidades do presente, pois a democracia é um regime propício à solução de conflitos. Mesmo diante de posturas aparentemente irreconciliáveis, a estrutura de poder vigente no país oferece a solução, que é a Justiça, que cumpre exatamente esse papel. Quando as partes não chegam a um acordo, a Justiça é o caminho que pode conduzir à superação do impasse. 

Nesse capítulo importante da vida nacional, uma de nossas mais importantes contribuições à sociedade é difundir esses valores e princípios próprios à democracia e ao Estado de Direito, ajudando a formar aqueles que serão os protagonistas do futuro, que esperamos mais justo, democrático e solidário. 

O secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, defendeu mais uma vez a reabertura das escolas de forma gradual a partir de setembro. No primeiro dia do Summit Educação 2020, realizado de 24 a 31 de agosto pelo jornal O Estado de S.Paulo, Rossieli considerou essencial o papel que a escola exerce na formação de crianças e jovens. Para ele, não faz sentido adiar para 2021 o retorno às aulas presenciais.

Na mesma linha seguiram outros secretários estaduais de Educação. No encontro, os secretários do Espírito Santo e de Pernambuco compartilharam da mesma visão. Eles destacaram a importância social e econômica deste retorno para os seus estados.



Durante o Summit Educação 2020, muito se questionou sobre as decisões tomadas em diferentes regiões do país permitindo a retomada de outras atividades econômicas, algumas consideradas não essenciais, em detrimento da reabertura das escolas, considerada atividade essencial.

Priscila Cruz, presidente executiva da ONG Todos pela Educação, enfatizou que o controle da pandemia é imprescindível para a retomada das aulas, mas a educação não pode ser deixada em segundo plano. Para ela, o que se enxerga é uma inversão de valores na sociedade: para que se possa voltar a frequentar shoppings, restaurantes e praias, por exemplo, a população prefere que as escolas continuem fechadas.

A educação ser considerada atividade essencial foi ponto levantado também por Arthur Fonseca Filho, diretor da Abepar, que participou do segundo dia de debates no Summit, em encontro coordenado pela jornalista Renata Cafardo.

Fonseca Filho, que também é diretor do Colégio Uirapuru, foi convidado para discutir o tema “Como as escolas particulares se preparam para a retomada” ao lado de outros nomes da área da educação. Do mesmo encontro participaram a aluna Ana Beatriz Ricchetti Ferreira, o presidente do Sindicato dos Professores, Luiz Antonio Barbagli, a professora da Faculdade de Educação da USP, Silvia Gasparian Colelo, e do diretor adjunto de Unidades Escolares do Poliedro, Luis Gustavo Megiolaro.

Representando a Abepar, Arthur Fonseca Filho enfatizou os graves prejuízos cognitivos e principalmente emocionais gerados pela distância forçada dos alunos em relação à escola, aos professores e aos colegas, especialmente na Educação Infantil, nível que mais sentiu os efeitos da interrupção das aulas presenciais, e nos primeiros anos do Ensino Fundamental I.

A retomada das aulas presenciais não significaria, no entanto, um retorno completo às pressas, lembrou Fonseca. Os dados divulgados pelas autoridades sanitárias sobre a pandemia não seriam ignorados e muito menos seria mandatório o retorno dos estudantes às escolas.

A autorização dada pelo Governo do Estado de São Paulo para a reabertura das escolas estipula um retorno gradual, em etapas e na adoção de protocolos sanitários para proteger a saúde de estudantes, professores e funcionários.

A decisão das famílias em permitir a ida dos estudantes à escola também seria fator a ser considerado. Aquelas famílias que não se sentirem seguras com essa possibilidade continuariam a ser atendidas pelas escolas em um modo “híbrido” de atendimento, em que as atividades presenciais seriam transmitidas pela internet.

 

A Associação Brasileira de Escolas Particulares convida a todos os seus Associados para participar da nossa próxima Assembleia que será realizada no dia 27 de novembro de 2018, terça-feira, às 17 horas (Escola be.Living – Avenida Jandira, 769, Indianópolis, São Paulo). A Diretoria enfatiza a importância da participação de todos os associados. 

 

 

(Foto: Vaselena/iStockPhoto.com)

 

A proposta de estender até 28 fevereiro de 2019 a Convenção Coletiva dos Professores foi aprovada pelo Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro/SP) e pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), em assembleias realizadas nesta quarta-feira, 26 de junho, pelas duas categorias.

 Haverá compensação por parte dos professores dos dias parados, sem desconto em folha e sem pagamento de extras. Ficou definido reajuste salarial de 2,14% e PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) de 15%.

 

 

Foto ilustrativa: shironosov/iStockPhoto.com

Reunidos em assembleia nesta quarta-feira, dia 6 de junho, no Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (SIEEESP), em São Paulo, os mantenedores de escolas paulistas aprovaram a manutenção por mais um ano da Convenção Coletiva dos Professores, nos termos propostos pelo Poder Judiciário Federal – Justiça do Trabalho da 2ª Região durante Audiência de Conciliação realizada na terça-feira, dia 5 de junho.

Comunicado da Associação Brasileira de Escolas Particulares (ABEPAR) a toda a comunidade

Março é o mês em que o SIEEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) e o SINPRO-SP (Sindicato dos Professores de São Paulo) acordam as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho dos Professores, incluindo o reajuste salarial para esses profissionais. Desde o início das negociações, estamos trabalhando intensamente em favor de um diálogo produtivo entre esses sindicatos, de modo a garantir a permanência dos direitos adquiridos historicamente pela categoria dos Professores.

No dia 24 de maio, fizemos esforços para reunir representantes dos professores e da diretoria das nossas escolas com os representantes do SIEEESP e do SINPRO, a fim de solicitar esclarecimentos sobre os motivos que os impedem de firmar um acordo.

Lamentavelmente, a resposta dos sindicatos foi a afirmação, não justificada, de que não seria possível realizar encontro dessa natureza.

Diante da preocupante falta de consenso entre as partes em relação à manutenção dos direitos já concedidos historicamente aos professores, a ABEPAR veio a público no dia 25 de maio e reafirmou o compromisso que sempre teve com seu corpo docente, garantindo, para isso, todos os direitos previstos na última Convenção Coletiva, e que são defendidos pelo SINPRO, a todas as escolas de nossa Associação para o biênio março/2018 –fevereiro/2020.

Infelizmente, no dia 30 de maio, houve o anúncio de que o SIEEESP e o SINPRO, mais uma vez, não haviam chegado a um acordo.

Preocupados com a qualidade da Educação, nós, mantenedores das escolas da Abepar, somos unânimes quanto à defesa de boas condições de trabalho e da valorização da profissão de Professor.

Diante disso, propomos enfaticamente ao SIEEESP que aceite os termos da proposta aprovada pelos Professores em assembleia realizada no dia 29 de maio. Propomos também que o SINPRO mantenha o que foi aprovado na mesma assembleia, garantindo a manutenção da Convenção Coletiva até 2020.

Assinam este Comunicado todas as escolas associadas à ABEPAR: Bandeirantes, be.Living, Carandá Vivavida, CEB, Elvira Brandão, Escola da Vila, GDV – Guilherme Dumont Villares, Lourenço Castanho, Magno, Móbile, Oswald de Andrade, Pentágono, Santa Cruz, Santi, See Saw, Uirapuru, Vera Cruz, Viva.

Associação Brasileira de Escolas Particulares
30 de maio de 2018

Estamos há meses trabalhando intensamente em favor de um diálogo produtivo entre os sindicatos SIEEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) e SINPRO-SP (Sindicato dos Professores de São Paulo), de modo a garantir os benefícios concedidos historicamente para a categoria de professores.

"A pior coisa que nós podemos fazer após um caso de suicídio é procurar as causas".